O que você faria se estivesse passando por uma ponte e visse alguém prestes a cometer suicídio? – Essa foi uma situação em que um policial militar do 14º Batalhão, em Jaraguá do Sul, deparou-se quando estava de folga.nnO cabo Jeferson Woginiack, no dia 29 de janeiro de 2019, às 13h09min, caminhava com o seu filho de 5 anos em direção à escola, quando ao passar pela ponte José João Vailatti, na rua Walter Marquadt, no bairro Vila Nova, em Jaraguá do Sul,visualizou uma bicicleta encostada e um homem sentado no parapeito da ponte, já com o corpo para fora, segurando-se com apenas uma mão, e cujo semblante demonstrava profundo transtorno.nnJeferson então se aproximou com cautela e iniciou um diálogo com o objetivo de acalmar aquele senhor de 51 anos, que relatou ter se desentendido com familiares e tinha decidido acabar com a sua própria vida.n
Uma única oportunidade
nComo o homem não demonstrava intenção de sair com vida daquele local, Jeferson manteve o diálogo e em certo momento percebeu que havia uma oportunidade de salvar aquele homem, então rapidamente se aproximou e o agarrou pela cintura, puxando e imobilizando-o no chão.nnJeferson relata que foi um momento de grande tensão, pois enquanto imobilizava o homem muitas pessoas passavam pelo local e mesmo ele pedindo para ligarem para o 190 muitas ignoraram e não pararam para ajudar, até que uma mulher parou e cuidou do seu filho que estava assustado, e depois parou outro homem que ligou para o 190 e pediu auxílio.nnLogo após uma viatura da Polícia Militar chegou e também uma do Corpo de Bombeiros Voluntários, que conduziu o homem para atendimento médico.n
A vida que vale a pena
nPara a maioria das pessoas seria apenas mais um desconhecido passando por problemas e que acabaria com a sua própria vida. Entretanto, para esse policial militar era uma vida que precisava ser ajudada e salva.nnJeferson teve de observar, analisar, orientar-se e decidir o que fazer com o seu filho, com aquele homem, como o abordaria, como seria o diálogo, se agiria ou não para tentar agarrar e puxá-lo do parapeito.nnInúmeras decisões tomadas em segundos para salvar um desconhecido! Assim agiu o policial militar Jeferson, que serve de exemplo e inspiração para os colegas de profissão; e que sua conduta sirva, no mínimo, como reflexão para toda uma parcela da sociedade que já se habituou em visualizar, fotografar e gritar para que as pessoas pulem de uma ponte, de um prédio… estimulando e torcendo para que desistam de suas vidas, tornando-se pessoas frias com o sofrimento alheio e indiferentes com o silencioso pedido de ajuda expresso em suas feições.nnA vida que vale a pena viver é aquela em que se para, ouve e se oferece uma mão amiga, mesmo que seja, muitas vezes, um “abraço rápido e forte”, para se evitar um mal maior.n
Qual a aparência de um herói?
nO pequeno Valentin, filho de Jeferson, que assistia a toda essa cena, não via ali um homem vestindo uma capa ou com uma máscara de super-herói, muito menos alguém com superpoderes, mas testemunhava o seu amado pai, um policial militar, um homem comum, fazendo o possível para salvar a vida de uma pessoa que eles nem conheciam.nnQuando perguntarem para esse pequeno, qual o nome do seu super-herói preferido e o que ele faz, ele responderá: “meu super-herói preferido é o meu pai Jeferson e ele é policial militar!”nn nnSomos 14º Batalhão