27.5 C
Corupá
sexta-feira, março 29, 2024

Morre o último pracinha de Corupá. Corpo será enterrado amanhã (14)

GeralMorre o último pracinha de Corupá. Corpo será enterrado amanhã (14)

Faleceu hoje (13) pela manhã, com 97 anos, João Rodolfo Hauck. Ele era o último pracinha de Corupá ainda vivo, que lutou durante a 2ª guerra mundial. O horário do velório e sepultamento ainda não está definido. Dentro de Instantes, mais informações:nnPLANO UNIÃO informa falecimento:nFaleceu nesta quarta feira 13/12 o Sr. JOÃO RODOLFO HAUCK com 96 anos de idade.nDeixa enlutados: Esposa, 2 Filhos, 3 Netos, 4 Bisnetos e demais familiares e amigos.nSeu sepultamento será realizado amanhã quinta feira 14/12 às 09:00 hs saindo o féretro do Centro de Velórios União seguindo para o Cemitério Municipal de Corupá.nSr. João Rodolfo era o Último dos Ex Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira de Corupá. Aos familiares nossas Condolências.nnHistóriannNo dia 21 de fevereiro de 1945 comemoram-se 67 anos da Vitória dos heróis soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira), na Tomada de Monte Castelo, nos Campos de Operações da Itália, durante a II Guerra Mundial. Anualmente são realizadas homenagens aos Expedicionários para valorizar estes homens que deram a sua vida na defesa da Pátria. Este é um momento para relembrar um pouco da história deste fato marcante para história da Nação Brasileira.n

João Rodolfo Hauck

n

João Rodolfo Hauck (90) nasceu em Joinville no dia 16 de julho de 1921. Filho de José e Antônia Hauck. A mãe veio da Alemanha e o pai nasceu em Massaranduba. Tiveram quatro filhos: Martin, Harry, já falecidos, João e Wilhelm.

n

Aos 2 anos, João veio morar com a família em Corupá. O pai abriu uma ferraria na rua Francisco Mees, comunidade Vila Isabel, que funciona até hoje administrada por familiares. Também possuía uma serraria no bairro Ribeirão dos Correias.

n

João estudou até a 3ª série na Escola da Vila Isabel. Durante a adolescência, dos 13 aos 21 anos, ajudou o pai na ferraria e na serraria.

n

Servir ao exército e sua participação na guerra

n

Aos 21 anos foi servir o exército. Ficou sete meses em Joinville, cinco meses em Blumenau e alguns meses em São Paulo. Depois formou-se Praça na Companhia de Intendência da FEB, no Rio de Janeiro.

n

Em 1944, soldados foram convocados para participar das Operações de Guerra na Itália. Aproximadamente 956 soldados catarinenses integraram a Companhia da FEB, que lutaram ao lado dos aliados, na II Guerra Mundial, entre o dia 6 de setembro de 1944 e 2 de maio de 1945. O município de Corupá contribuiu com 23 homens, dentre eles João Rodolfo Hauck.

n

O ofício de João na companhia era cozinheiro e atuar na distribuição de armamento, munição e remédio e material de higiene. Nas últimas semanas conheceu um corupaense, que também foi convocado por outro município. Eles se emocionaram muito, quando se encontraram tão distante de seu país.

n

“O que mais recordo é o grande frio que passamos, chegando a 15 graus abaixo de zero. Vi muita gente ferida e passando fome”, diz Hauck.

n

A rotina era acordar cedo, por volta das 3 horas da manhã para preparar a sopa de aveia e o café que era servido às 7 horas. Durante o almoço e no jantar era servido feijão. O soldado lembra que muitos italianos vinham pedir comida em sua companhia.

n

Hauck guarda algumas fotos de oficiais, cabos e sargentos que trabalharam junto na cozinha.

n

Volta a Corupá

n

Depois de um ano, os soldados voltaram para o Rio de Janeiro, e posteriormente a Corupá. Hauck recebeu do Ministro da Guerra, o diploma e medalha de Campanha por ter integrado a FEB e participado das operações da guerra na Itália, que guarda com carinho. Em Corupá voltou a trabalhar na ferraria e na serraria.

n

Conheceu a esposa Hildegard Darius (84) em um baile no Salão Weber, atual cancha de bocha Weber, na Vila Isabel. Namoraram por dois anos e casaram no dia 4 de janeiro de 1950. Foram morar próximo a ferraria na Vila Isabel. Tinham roça, gado, plantavam rosas e pés de frutas. Depois de quatro anos, mudaram para o bairro Bomplandt, onde começaram a Floricultura Darius, seguindo o ramo do pai de Hildegard. João também continuou ajudando na ferraria.

n

Na floricultura o ramo era plantio de mudas de rosas e de frutas como laranja, uva e outros, além do enxerto de mudas e comércio de plantas. Ao longo da vida, João trabalhou na floricultura, auxiliando o filho Roland que assumiu a empresa e expandiu o comércio de plantas ornamentais, exportando para outros estados como Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais.

n

Atualmente João goza de boa saúde, exceto pelas dores nas pernas. “Isso é uma conseqüência da friagem na época da guerra”, afirma. Ele vive tranquilamente com sua esposa na casa ao lado floricultura, na rua Alberto Darius. Completaram 62 anos de casados em janeiro. Tiveram dois filhos: Roland e Marcely, três netos e uma bisneta.

n

Segundo o casal o segredo do sucesso foi sempre trabalhar juntos, sem discussões e brigas.

n

A participação dos pracinhas de Santa Catarina

n

Os pracinhas, membros da FEB, lutaram na Itália e participaram de importantes batalhas, como a batalha de Monte Castelo. Mais de 25 mil homens fizeram parte da companhia e desembarcaram em Nápoles, Itália.

n

Pracinha é um termo referente aos soldados veteranos do Exército Brasileiro que foram enviados para integrar as forças aliadas contra onazi-fascismo na II Guerra Mundial. Eram os soldados que estavam na linha de frente das batalhas.

n

Em 06 de junho de 1944 um comboio embarcou rumo à Normandia, na França. O corupaense Arthur Scheibel era integrante deste comboio. Nos anos 40 imigrou para os Estados Unidos, onde se naturalizou e embarcou como Tenente da Marinha norte-americana (US Navy), mas não chegou ao destino, pois seu navio foi afundado no dia da invasão pelos nazistas.

n

Quando dos preparativos do Brasil para a entrada na II Guerra Mundial, em 1944, Santa Catarina contribuiu com 956 soldados para a FEB, que lutaram na Itália ao lado dos aliados, entre o dia 6 de setembro de 1944 e 2 de maio de 1945. Do total de pracinhas catarinenses que seguiu para a Europa, 49 morreram durante o conflito, restando hoje cerca de 400, reunidos em associações de ex-combatentes em diversos municípios, entre eles, Jaraguá do Sul e Joinville.

n

A região do Vale do Itapocu contribuiu com 92 Pracinhas, dos quais 56 eram de Jaraguá do Sul, 23 de Corupá e alguns naturais de municípios vizinhos, de regiões distantes e que encontravam-se estabelecidos neste vale. Este grande grupo de ex-combatentes participou no maior conflito bélico de todos os tempos, tendo perdida em combate, a vida de quatro destes heróis combatentes. Alguns remanescentes que convivem em nossa cidade e região fazem suas narrativas sobre este episódio com tanta ênfase e emoção como se a guerra tivesse terminada há pouco tempo. Em seus depoimentos relatam fatos de terror, medo e ousadia de suas ações, pois empenho e coragem foram suas maiores forças.

n

A participação de Corupá

n

O município de Corupá contribuiu com 23 homens: Alfredo Adolfo Millnitz, Alvin Borchardt, Alvino Millnitz, Alvino Neitzke, Bruno Bodenberg, Bruno Scheibel, Egon Groth, Ervino Haack, Hartwig Borchardt, Henrich Horstmann, João Rodolfo Hauck, José Brito, José Alves da Silva, Lino Bertoli, Manoel Dias, Paulo Rathunde, Rodolfo Sabino, Venincio Carlini, Waldemiro Melcherdt, Werner Goedtke e Wladislau Sikorski

n

Morreram no cumprimento do dever, os corupaenses Arthur Scheibel, Tenente da Marinha na França em 04 de junho de 1944. Seu navio foi atacado e afundou.

n

Gumercindo da Silva, soldado na Itália em 18 de fevereiro de 1945.

n

A FEB teve 443 mortos, uns 1.500 feridos e aproximadamente 8 mil doentes. A maioria foi vítima do clima pavoroso (até 20 graus negativos) nas montanhas dos Apeninos durante o inverno. No mar, morreram certa de 900 pessoas em decorrência de torpedeamentos. São baixas pouco expressivas se comparadas às que os outros combatentes sofreram. De longe, quem sofreu as maiores perdas foram os russos, que tiveram aproximadamente 20 milhões de cidadãos e 5 milhões de combatentes mortos.

n

ANVFEB (Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira, em Jaraguá do Sul)

n

Os ex-combatentes merecem destaque na história. Em 25 de julho de 1976 foi criada a Seção Regional, da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira, em Jaraguá do Sul (ANVFEB), tendo como presidente o Sargento Bruno Scheibel (in memorian) e vice-presidente, o veterano Guilherme Humberto Emmendöerfer (in memorian).

n

No dia 25 de julho deste ano, a Seção Regional comemorará 36 anos de Fundação. Foi idealizada pelo honroso Veterano Senhor Bruno Scheibel. Posteriormente a Associação foi presidida por outros associados como os veteranos Fridolino Irineu Kretzer, Estephano Maier (in memorian) e Anselmo Bertoldi, na atual gestão.

n

Muitas considerações se devem ao Major Ferdinando Piske, pois é um veterano ousado e triunfante, sendo ele um dos mentores da criação da Seção Regional, o qual soube conduzir muito bem todos os trabalhos ao longo de toda a jornada da ANVFEB. Como um tributo aos nossos heróis, em 25 de julho de 1985 foi instalado o Monumento dos Expedicionários, em frente ao Terminal Rodoviário de Jaraguá do Sul. Na ocasião a Associação contava com aproximadamente 25 integrantes. Posteriormente, foram também erguidos outros dois monumentos, sendo um em Guaramirim e outro em Corupá.

n

A ANVFEB conta com um dos maiores acervos de Segunda Guerra em relação a outros estados do Brasil, cujas relíquias encontram-se expostas ao público, no Museu Municipal Emílio da Silva, sediado na antiga estação ferroviária.

n

A Associação tem sua participação bastante ativa na comunidade, fazendo seus encontros (reuniões mensais), almoços de confraternização entre os associados, ministrando palestras em escolas, entrevistas com a imprensa, participando em encontros nacionais da FEB, celebrando momentos cívicos junto aos Monumentos dos Expedicionários, fazendo memórias aos heróis vivos e aos ex-combatentes que tombaram na guerra.

n

A Associação tem uma grande relação de integração com o 62º Batalhão de Infantaria, de Joinville, cujo espírito de motivação sempre imperou por parte dos seus comandantes e seus assessores.

n

“Atualmente a ANVFEB conta com nove veteranos associados, os quais são história viva da FEB em nossa comunidade, pois esses valentes homens que um dia deixaram sua terra natal e seus entes queridos, levaram consigo a coragem e a saudade, e por isso, merecem sobretudo o nosso respeito, as nossas considerações e carinho”. (ANVFEB).

n nnhttp://noticiascorupa.blogspot.com.br/2012/02/ex-combatente-joao-rodolfo-hauck-relata.html

Leia mais:

Leia mais sobre:

Os mais populares